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Obesidade, doenças crônicas e o visto americano: o que mudou com a regra ‘public charge’
Confira o que realmente mudou na análise de saúde para vistos dos EUA — como a regra “public charge” afeta imigração, turismo e vistos de residência.
Em 12 de novembro de 2025 às 18h52
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Nos últimos dias, uma notícia repercutiu fortemente nas redes: os Estados Unidos passariam a restringir vistos por causa de condições de saúde, incluindo obesidade grave, diabetes, hipertensão e outras doenças crônicas.
Mas será que essa mudança afeta quem pretende viajar a turismo ou tirar o green card?
A resposta é mais técnica do que parece — e envolve um conceito chamado public charge. A seguir, explico o que de fato mudou, quem é impactado e o que fazer para evitar problemas no processo de visto.
O que é a regra “public charge”?
A expressão “public charge” (ou “encargo público”) existe há mais de um século na legislação americana de imigração. Ela permite que oficiais consulares ou de imigração recusem um visto ou green card se entenderem que o solicitante provavelmente dependerá de benefícios públicos americanos — como assistência médica subsidiada (Medicaid), auxílio-moradia ou benefícios alimentares.
Em outras palavras, o governo quer garantir que quem imigra tenha condições financeiras e de saúde para se sustentar sem precisar recorrer a programas públicos.
Qual é a recente mudança na política americana?
Em outubro de 2025, o Departamento de Estado americano (U.S. Department of State) enviou um memorando interno orientando os consulados a analisarem com mais atenção o histórico de saúde de solicitantes de vistos de imigração.
A orientação cita doenças crônicas como diabetes, doenças cardíacas, respiratórias, transtornos mentais e obesidade como fatores que podem aumentar o risco de “public charge”.
Na prática, isso significa que o consulado pode pedir provas adicionais de recursos financeiros ou de cobertura médica — mas apenas em casos de visto de residência permanente.
Para vistos de não imigrante, como turismo, estudos, au pair, dentre outros, nada muda.
E a situação de turismo (visto B1/B2)? Isso muda algo?
Para quem viaja a turismo, a boa notícia é: nada muda.
O visto B1/B2 não exige exame médico nem avaliação de saúde. O que o consulado avalia são os vínculos no Brasil, a capacidade financeira para custear a viagem e o intuito de retorno após o período permitido nos Estados Unidos.
Ou seja, um turista com sobrepeso, obesidade ou doença crônica não será afetado por essa nova diretriz.
Como isso afeta pessoas com obesidade ou doenças crônicas que querem o green card?
Nos processos de residência permanente, a história é um pouco diferente.
Pessoas com obesidade ou doenças crônicas não estão automaticamente impedidas de conseguir o green card, mas precisam demonstrar que têm meios para se manter e cuidar da própria saúde nos EUA.
Os principais fatores que os oficiais analisam são:
Renda, patrimônio e emprego estável;
Plano de saúde privado válido nos EUA;
Laudos médicos recentes mostrando que a doença está controlada;
Carta de apoio financeiro (Affidavit of Support) de um patrocinador residente legal no país.
Com esses documentos, a maioria dos casos é aprovada sem dificuldades.
O paralelo com o Canadá 🇨🇦
O Canadá já aplica há muitos anos um conceito semelhante chamado “excessive demand” — ou “demanda excessiva”.
Lá, o governo avalia se a condição médica do imigrante pode gerar custos muito altos ao sistema público de saúde canadense.
Se o tratamento for caro ou contínuo, o pedido pode ser negado — mas, assim como nos EUA, isso não afeta turistas ou vistos temporários.
Essa comparação ajuda a entender que os EUA não criaram nada inédito, apenas estão reforçando um critério que já existia.
Recomendações práticas
Para quem está planejando solicitar um visto ou green card:
Organize comprovantes financeiros (renda, investimentos, bens, histórico bancário);
Garanta um plano de saúde privado válido nos EUA;
Mantenha laudos médicos atualizados mostrando acompanhamento regular;
Deixe claro o propósito da viagem (turismo, trabalho, estudo ou imigração).
Essas medidas reduzem o risco de questionamentos e demonstram que o solicitante tem condições de se manter sem recorrer a benefícios públicos.
Conclusão
A ideia de que “pessoas com obesidade grave não conseguirão mais visto americano” é um exagero.
A regra public charge não altera o processo de vistos de turismo. Ela apenas reforça a análise financeira e médica em vistos de imigração, como o green card.
Em outras palavras: se a pessoa tem recursos, plano de saúde e acompanhamento médico, não há motivo para preocupação.
✈️ Na Viaggi Vistos, acompanhamos diariamente todas as mudanças nas políticas de imigração e vistos. Nosso compromisso é traduzir as regras, simplificar o processo e orientar você com clareza e segurança.